"Pesadelo Mitológico #3: Senhora Dona Persona"

"Pesadelo mitológico número três...
Eu sei que você já gosta
De comer nossos bebês
Os mais tenros e gostosos
Com volúpia e embriaguez"

Assim começa a nona faixa do álbum Pedra do Gênesis de Raul Seixas, na música ele pede a "senhora dona persona" não tire mais um filho dele. A entidade que o músico chama de Dona persona é normalmente associada a "Shtriga" um personagem do folclore albanês que se alimenta de sangue ou "sopro vital" de um bebê.

Segundo a cultura popular a Shtriga é uma bruxa, de rosto desfigurado e coberta por um manto que durante a noite suga o sangue (em algumas versões o sopro vital) dos bebês que dormem, e logo depois se transforma num inseto voador. A vitima adoece e morre em algumas horas ou dias, somente a própria Shtriga pode cura-la cuspindo na boca do bebê. Ainda segundo o folclore albanês a bruxa é uma mulher que não consegue ter seus próprios filhos.
Assim como a maior parte dos personagens folclóricos as versões da lenda variam historica e espacialmente. Dessa forma em algumas regiões da Albânia é dito que alho pode espantar a bruxa e/ou ajudar a captura-la, há também o modo de matar uma Shtriga, prendendo-a numa construção pendurando uma cruz feita de ossos de suínos sobre a porta, segundo algumas versões a Shtriga só pode ser morta na forma humana, que apresenta durante o dia. Normalmente as pessoas se sentem inconfortáveis na presença da entidade e não podem ou não devem olhar nos olhos dela, que supostamente possuem o "Evil Eye ou Syliga " que pode ser traduzido como "mau olhado" para a língua portuguesa.

"Shtriga" em Supernatural

É possível fazer um amuleto contra a bruxa, banhando uma moeda de prata no sangue regurgitado pela Shtriga. Como normalmente acontece com os personagens folclóricos incorporados pelo cristianismo é possível se proteger dos seres malignos utilizando água benta e orações.
Em sua aparição na serie "Supernatural" a Shtriga pode ser morta com uma bala de prata. Além da aparição no seriado, ela aparentemente é citada na música do brasileiro Raul Seixas, mas conhecendo sua vida e obra, digo que provavelmente não era sobre a Shtriga que ele queria falar.